Soneto I - Novos caminhos.

Outrora a inconseqüência era a marca da idade,

E toda juventude estava recolhida como em botão.

Os olhos eram mais límpidos, mais leve o coração.

Eram meus seios menores quanto minha liberdade.

Conheci o esplendor da alvorada, o orvalho em flor.

Sabia pouco da vida. Por isso me ardia a ansiedade.

Senti o toque dos dedos d’aurora ante a puberdade,

E amei por dois ou três meses o mesmo fugaz amor.

Agora sem orvalho, desespero ao ver o sol se abrir.

Prestante calma. Assombra e traz nova esperança.

Enquanto o acaso me apresenta novo rumo a seguir.

Sorrio com alegria boba de simples de uma criança,

Aguardo o que virá sem dor, sem querer partir...

Trilho novo caminho, sem guia a antiga lembrança.

Camila Cabral
Enviado por Camila Cabral em 23/03/2011
Código do texto: T2865977
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