A Última Dança.

É preciso nascer noutro parto sem medo

Quanto mais faz saber esta dor densa e bruta;

Renascer do destrato envolvendo outra luta

Ser capaz de vencer neste último enredo.

E calar nesta voz muito além do segredo

Quando a sombra deserda e também se refuta,

Tão feroz quando encanta, entretanto, assusta;

O futuro algoz logo dorme mais cedo.

Quando a noite se faz perceber pela espera

Neste corpo que esvaí, nesta dor quando avança;

Pois, a lágrima traí, dói na angústia da fera

Insensata e voraz – anti-mãe – linda e mansa

Tanto mais que temida e, por nada, sincera;

Sempre amada e fatal; traz a paz e descansa.