A Memória da Pele.

Guardarei nesta dor este encontro fugaz

Nossos lábios gentis despedidos do brilho

Outra vez cantarão outro canto de exílio

E o silêncio dirá: Outra vez, nunca mais!

Seja lá como for desvalido, incapaz...

O temor de querer perecer neste idílio

Quando a roda girar pela reta do trilho

Nada mais restará que o desejo voraz.

Deixe a língua tomar o caminho dos montes

Outro sol nascerá deste mel de surpresas

Quando a pressa lunar transbordar no horizonte

Deixe a carne vibrar neste mar de incertezas

O futuro mordaz mostra a sombra de ontem

A memória diz mais pela carne inda acesa.