AFRODISÍACO - IV

Inquieto qual champagne sorrateiro

Teu cheiro que me traz em cativeiro

Como das profundezas de uma trama

Espuma da loucura se derrama

Na procura febril de certo arteiro

Lábio, deleite do mais beijoqueiro

É própria chuvarada fria que brama

Chama viril que vem, submete e inflama

E qual serena e frágil cada entranha

Um seio de repente pula e escapa

Paixão primeira em pompa que solapa

Pois tão furiosamente o toque assanha

Que a cada instante nasce nova etapa

Buscando novamente o que há no mapa

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 03/04/2011
Reeditado em 03/04/2011
Código do texto: T2887944
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