INTROSPECTIVO - VI

Fico na sensação de uma vertigem

Errante pela noite afora, ao vento

O coração rasgado em sua origem

Transforma em agonia o sentimento

E a solidão abarca inteira a noite

Na janela enquadrada que aparece

Qual vazio da lembrança como açoite

Na forma que flagela e permanece

E é tão cortante a dor ali pensada

Que a lágrima se põe aqui sentada

Neste colo marcado a ferro quente

Demoníada dor em mim tatuada

Fora um clamor macabro e onipotente

Que traz ainda um tempo que a consente

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 05/04/2011
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