Escrito em vermelho
Parte agora, sereno e sem medo.
Vai segredo estancar este Marte
que é tão arte, tão mar e azedo
quanto ledo, veneno estandarte.
Não aparte uns temores, sem ar;
Pois o azar de escrever obsceno
É pequeno, a meu ver, cintilar,
feito par furta cores, benzeno.
Sê pequeno albatroz, se chover,
há de crer numa vida de flores.
Tão atores, na lida, um morrer,
é seu ser, tantos nós e valores
em penhores de estrada partida,
tal bandida escarlate por fada.