Escrito em vermelho

Parte agora, sereno e sem medo.

Vai segredo estancar este Marte

que é tão arte, tão mar e azedo

quanto ledo, veneno estandarte.

Não aparte uns temores, sem ar;

Pois o azar de escrever obsceno

É pequeno, a meu ver, cintilar,

feito par furta cores, benzeno.

Sê pequeno albatroz, se chover,

há de crer numa vida de flores.

Tão atores, na lida, um morrer,

é seu ser, tantos nós e valores

em penhores de estrada partida,

tal bandida escarlate por fada.

Amargo
Enviado por Amargo em 18/04/2011
Código do texto: T2917352