Elizabeth

Ao pé deste anjo, num olhar absorto

Lembro-me bem de todos os momentos,

Das tuas mãos, teus dedos macilentos

Tateando as pedras deste rosto morto;

Dos coturnos em passos temulentos,

Distraída tu pisavas o arquimorto,

O solo centenário aqui deste horto

De mármores, sepulcros, monumentos...

Ouço inda a tua voz, distantemente...

Num eco que se esvai profundamente,

Enchendo-me os ouvidos de saudade...

Volto agora ao pé deste anjo marmóreo,

Ao ver que junto de um sepulcro flóreo

Fica a dormir a nossa mocidade...

09 de Abril de 2011

* Elizabeth: Nome que ela deu a um monumento fúnebre.

Derek Castro
Enviado por Derek Castro em 20/04/2011
Reeditado em 13/07/2017
Código do texto: T2920134
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.