TABU DE BELEZA [CCLXXXVII]
Um semblante bonito faz figura,
preterido quem nasça muito feio;
esta a triste burrice da postura
que, na praça, vigora a copo cheio.
Preconceito que existe e não se cura,
coisa velha presente em nosso meio;
a moçoila sem charme e formosura
nem se emprega, oh dó, é como creio.
Há tabu de beleza no País!...
A mulher, lá sem grandes atrativos,
muito raro nos palcos vira atriz.
Mas também ao rapaz não há consolo;
se um dragão, já vai ser dos inativos
– com talento, talvez, um ‘pizzaiolo’.
Fort., 25/04/2011.