Ângelus
Já das seis horas, pontualmente os sinos
Elevam-se dos altos campanários,
Trazendo réquiens sacros e diários,
Distantemente a ecoarem, tão mofinos...
E oscilam os badalos solitários,
Éreos, articulados e lustrinos!
Ah! Como choram todos esses sinos,
Esses mementos, trenos centenários...
Dobram-se melancólicos, vibrantes,
Tangendo os bronzes, duros, rutilantes,
A tilintarem nítidos, divinos!...
E nessa badalada triste e calma
Pareço sentir dentro da minh'alma,
O prantear de todos esses sinos!
25 de Abril de 2011
* Versos decassílabos.