Sonho de papel

Há quem faça do sonho o seu sol

Há que ame verdadeiramente sem fim

Há rosas e espinhos juntos num mesmo jardim

Há pólvora por todo o chão desse paiol

E assim escrevo pra afogar o que não fui

Sigo nessa reta sem pressa de chegar

Vago estrelas num céu que se dilui

É como morrer de sede ante ao mar

Buscais na alvorada a paz desejada

Que subjuga a dor que se deságua

Numa aquarela tingindo o nosso céu

E das espumas jogadas ao vento

Sou apenas um pedaço de relento

Rabiscado nesse sonho de papel