Soneto ao escárnio corpo

Escarneço em demasia nestes escombros que sufocam meu peito

E desvaneço em agonia; e nesta alma sinto a morte aliviar aquele crasso

Tão depressa quanto o veneno que derriça meu lábio em deleito

Para os jardins escuros do submundo-eu, onde padeço.

Acordo frio e como em entranhas de um leito de marfim...

Depressa escorro daquelas inumadas vestes como em fuga

Aonde sem a dor os demônios me acompanham, mas sem mim,

E já longe de mim estava e já não mais de espera longa

Caí em inspiração nos espinhos das inférteis vadias dos amores

Ó rosas tão cheias disto que tanto procurei em dores

E tão vazias disto que sou no deleite morto dos vales.

E depressa algo me arrastou para escárnios

Onde sentia o inverno e o fel de veneno em meus lábios

E o descanso de meu corpo me traiu pelos devotos espaços vazios.

Luan Santana
Enviado por Luan Santana em 04/05/2011
Código do texto: T2947957
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.