Dois vultos

Quem algum dia essa morada olhasse,

dois vultos via num festivo amor

entre a varanda e um horto encantador...

Um era eu. O outro... um anjo de alva face!

Aí é o ambiente humilde e acolhedor

do colibri e o cravo em doce enlace.

No qual deixei que na alma se abrigasse

aquela a que entreguei meu peito em flor.

E onde, uma noite, em triste desconforto,

sobre um esquife de ébano e frialdade,

chorando depus meu coração já morto.

E desse amor ficou de eternidade

esses dois vultos da varanda ao horto...

Um sou eu. O outro... o espectro da saudade!

Reginaldo Costa de Albuquerque
Enviado por Reginaldo Costa de Albuquerque em 20/11/2006
Reeditado em 04/04/2010
Código do texto: T296448