SOLILÓQUIO


Lembranças sombrias engolfam na memória
Fazendo o solilóquio de uma noite insone
E ossos exumados reconstroem a história
Vergastando o ego com força de um ciclone.

O intelecto ativo, em vão, racionaliza:
Tenha calma, ordene o caos ameaçador.
Mas o pânico toma conta e aterroriza
A mente frágil assomada de pavor.

De repente, uma hipótese de luz no escuro:
Sossega, amanhã tudo volta a ficar bem.
E apoderada de um otimismo nascituro

A mente se liberta, não é mais refém.
Enfim, o sono  dos justos vence o "enduro"
Despede o solilóquio e a aflição também.