Oh rio ingente, liberta-me, leve-me contigo  
Nas águas buliçosas, eu seguirei a sacudir
Flutuando em seu dorso, menino, suspirando  
No novo cenário que as curvas hão de exibir      
 
Conduza-me no teu leito imanente e azul  
Para o mar desconhecido, mistério extremo       
Onde meu corpo um barquinho de papel 
Irá se perder e se issolver de gozo pleno
 
Os raios esmorecidos do pôr do sol tristonho
Como liras de cordas estiradas de um sonho
Na sua face serena, como ouro, se põem a raiar
 
No oceano que é seu termo final e sua majestade
Onde sucumbes num crepúsculo de humildade 
Dorme o segredo da eternidade que vivo a buscar!
 
Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 16/05/2011
Reeditado em 15/04/2018
Código do texto: T2974469
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