MONÓLOGO

Este corredor turvo, turbulento.

Um labirinto vago e inerte

É seu sonho, espelho utópico,

E sua vida, vaga e inerte

Um eco anônimo reflete obsceno.

Ascultam-lhe as paredes frias.

Os sentimentos naúfragos da orgia

Criticam-lhe o estado: parado e frio

Remotas lembranças, futuro vazio

Ao sentir tenebroso arrepio.

Quão doce projeto ostenta-se-ia:

Converter-se à crença agora sem brio,

Incinerar a capa opaca de anil

Ou suicidio, antes que arrependa-se-ia

de novo]

José Carlos Santos
Enviado por José Carlos Santos em 21/11/2006
Código do texto: T297465