Passa turv’à poeira deste dia

Passa turva à poeira deste dia,

que as da terra co vento se moldaram;

às flores co'às luas acabaram,

incansável se fez à nume, e fria.

Passo’o tempo, passou à única alegria,

mores cousas em menos se findaram;

as rijas esperanças se cansaram

da vida o sofrimento, ou nostalgia.

Faz à sina seu tempo, já contado;

à história, talvez, cometa enganos

desta terra que nos há bem formado.

Venturas, meses, ou cotidianos

fazem-nos perceber que alguém amado

nos espera e nos deixa, com’os anos.

Aprendiz
Enviado por Aprendiz em 21/11/2006
Reeditado em 22/12/2006
Código do texto: T297596