Soneto ispirado em um homem solitário...
Um lobo que nasce e cresce sozinho,
Neste caso, sozinho há de viver
E ter de percorrer um só caminho
Longo, triste, perigoso; morrer.
Um lobo velho que não teme a morte,
Pois decerto já encarou igual dor
Jazendo ao portar infeliz má sorte
De perder, não a vida, mas o amor.
Há de enfrentar seu inerte destino
Desesperançado em lacrada cova
Sofrendo do tempo tão dura prova
Ao consumar-se abissal desatino
Sem sequer sinal mínimo de pânico,
Como herói, imponente ser tirânico.