A sandália do mendigo

As vísceras queimavam em agonia

Não comera nada naquele longo dia,

Restos de comida de um porta lixo,

Com avidez de um louco ele comia.

Tentando esticar o velho cobertor

Que mal cobria parte do amargor,

Do corpo da inconformada criatura,

Que saciava a fome naquela noite fria.

Hoje foi um dia de muita sorte então,

Conseguira plásticos e numa invenção

fez um chinelo para andar calçado.

E sem futuro o tempo se quedava

A quem sorte da morte o aguardava

Após do alimento podre exonerado.

Estava ali a incógnita da existência.

E do terceiro mundo a incompetência.