Tormenta
O vento que soprou, erigiu aqueles cabelos tão longos.
E a saia que vestias deixou-lhe eriçada e perdida,
A ventania trouxe uma lembrança, quase esquecida,
Fazendo-me abreviar nas frases, os hiatos e ditongos.
Defini, restringi, pesquisei, a preferência é por ela.
Tormenta lá fora e aqui dentro o sofrimento ardoroso
Era ti, naquela noite tempestuosa quando abri a janela.
Defronte eu só vi raios e trovões no escuro proceloso...
Nessa escuridão sua imagem era clara, quão sempre linda.
Longevidade e trevas, até quando essa amargura?
Mofino, caminhei pela forragem molhada e infinda.
Entrelaçando as pernas, sem júbilo, sem ternura.
Quem sabe no dia vindouro a fábula será estridente?
Interpondo o que há de melhor em mim ausente.