Tormenta

O vento que soprou, erigiu aqueles cabelos tão longos.

E a saia que vestias deixou-lhe eriçada e perdida,

A ventania trouxe uma lembrança, quase esquecida,

Fazendo-me abreviar nas frases, os hiatos e ditongos.

Defini, restringi, pesquisei, a preferência é por ela.

Tormenta lá fora e aqui dentro o sofrimento ardoroso

Era ti, naquela noite tempestuosa quando abri a janela.

Defronte eu só vi raios e trovões no escuro proceloso...

Nessa escuridão sua imagem era clara, quão sempre linda.

Longevidade e trevas, até quando essa amargura?

Mofino, caminhei pela forragem molhada e infinda.

Entrelaçando as pernas, sem júbilo, sem ternura.

Quem sabe no dia vindouro a fábula será estridente?

Interpondo o que há de melhor em mim ausente.

Danilo Figueiredo
Enviado por Danilo Figueiredo em 01/07/2011
Reeditado em 01/07/2011
Código do texto: T3069018
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