Triste Inferno

Malditos sentimentos lacrimais,

Corrompendo a matéria destroçada

Em um sopro sombrio que sepultais

A minha alma, infame e derrotada.

No Inferno, clamando atos maternais,

Vejo uma imagem acinzentada

Que, ao passar lindos cabelos, deixais

A morte ausente em meu peito cravada.

Simplesmente corri desesperado,

Agarrando encantos nos jardins

Cultivados por desonrosos anjos

Sonhadores querendo o inalterado!

Borboleta, já soltei os meus marfins...

Mas só me encontro em desarranjos.

Serafim da Mágoa
Enviado por Serafim da Mágoa em 04/12/2006
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