"SONETO DA PAIXÃO"

A paixão o que (não) fará? Mas... só fez rejeitar

Tão amargamente, com o coração, que ninguém enjeita

O sol, a lua, toda a esperança, então, não mais suspeita

Faz, refaz, promete e descumpre, tudo assim, no ar

Fez provar o amargo do fel, mais, só para zoar

Sentimento que comprime a alma triste, a razão espreita

Mas... A tal vontade reagirá? (A ingratidão se deleita)

Dia desses, certamente, o esperado fim há de chegar

De tão cego, tanto que era, a pseuda “pura verdade”

A sombra do sofrimento, sem piedade, ainda espia

Admitindo, mesmo sem confessar, que ainda dói a saudade

O que mais se pode esperar dessa fatídica sinergia

O destino não chega, o tempo não passa, seria maldade?

Que a vida então sorrisse, só isso, era tudo que pretendia

RENÉ CAMBRAIA

René Cambraia
Enviado por René Cambraia em 18/07/2011
Código do texto: T3102577