O ÚLTIMO GALANTEIO

Sorve de vez tua ira, emborca a taça,

deixe na boca escorrer a amargura

Resguarde agora teus sonhos, mas faça

tua parte, na hedionda loucura.

Mesmo que te coloques em desgraça,

se não absorveres a toda essa agrura,

jamais poderás cobrir de fumaça,

aquilo que tu chamas de aventura.

Os tênues fios que sustentam a teia,

são suficientes e fortes para o peso,

da aranha e da vítima que ela ceia.

E neste banquete macabro, indefeso,

o poeta romântico galanteia,

na ultima tentativa de sair ileso.