Angelus ardens
Vi um anjo de fogo que despencava
Num rastro rubro, raiado e reluzente
Parecia insólito mas a vontade convidava
Eu fui ver de forma desprovida e indecente
Incendiava todos os lugares, onde passava
Carregava nos punhos um pingente
Trazia todas as frases que pronunciava
E eu era o único ali em um ato demente
Tive pena das penas queimadas
Tive pena de ver as pernas cortadas
Houve então um silêncio profundo
E alguns ousaram em preces decoradas
Ali queimava em carne, anjo e o mundo
Sobraram cinza vermelhas, um chão imundo.
Lord Brainron