Angelus ardens

Vi um anjo de fogo que despencava

Num rastro rubro, raiado e reluzente

Parecia insólito mas a vontade convidava

Eu fui ver de forma desprovida e indecente

Incendiava todos os lugares, onde passava

Carregava nos punhos um pingente

Trazia todas as frases que pronunciava

E eu era o único ali em um ato demente

Tive pena das penas queimadas

Tive pena de ver as pernas cortadas

Houve então um silêncio profundo

E alguns ousaram em preces decoradas

Ali queimava em carne, anjo e o mundo

Sobraram cinza vermelhas, um chão imundo.

Lord Brainron

lordbyron
Enviado por lordbyron em 21/07/2011
Código do texto: T3108998
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