Porto de teu Ego

Quando eu, Senhorita, em tu os olhos ponho,

E vejo em ti o que nunca vi, nem cri, pois cego;

Que existisse aqui, o porto de tua alma ou ego

Já que iria ao teu encontro delirando em sonho.

Isto no pretérito, quando lembro e me despenho,

Recordo e me afirmo que para mim foi o fim,

Vez que aparvalhado e ambíguo do que vi ali,

Reergui-me aurora, outras vezes me indisponho.

Que me pondo ante tu, Senhorita, que foi minha,

Quando te eras mister erguer-te a me ajudar,

De que me vale o alvitre de que tua ausência tinha!

Esperança em ti, que na loucura muda, me socorra,

E não me socorre, e eu me auto ajudando fico mal,

Pois teu gesto labéu o coração, e na língua há murra.

ROGERIO WANDERLEY GUASTI
Enviado por ROGERIO WANDERLEY GUASTI em 26/07/2011
Código do texto: T3119925
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