Vivendo

Que não se queixe de mim a vida

Por não tentar intensamente ter vivido.

Que não passe eu desapercebido

Como tantos que se vão sem despedida.

Vou amar mesmo que não seja conveniente

Renunciar a tudo que precisa ser deixado

Sem medir recompensas, qualquer agrado

A paz buscando de forma constante e paciente.

Quem sabe assim ao final da existência

Possa a vida fazer-me reverência

“Valeu a pena a vida lhe ofertar”

E diante da linha do horizonte

Ao cruzar o rio, a última ponte

Braços abertos estejam a me esperar.