Justiça cega

Ah, como eu gostaria

de escrever só o belo...

Porém o meu martelo

condena a hipocrisia.

Eu vejo a vida vazia

que o povo está entrando.

Acabo não suportando

e explodindo na poesia.

Esqueço a velha fotografia

de três por quatro,

de dois por dois...

Aqui, no meu retrato,

tem sonho de feijão com arroz

e fome de encher o prato.