Pequeno engano

Estou olhando para ele; dorme calmamente.
Veio da escola trazendo nos olhos desenxabidos
Uma vontade de comover, piamente,
De engambelar a todos, dizendo comovido,

Que não estava passando bem, todos deviam crer.
Qual o mal? Garganta? Ah! Precisa depreender
Que era impossível estudar... Ler? Escrever?
Ingrata mãe! Como pode se enfurecer?...

Foi para o trabalho cansada; foi buscá-lo às pressas.
Coração batendo, preocupada... Ele surge a correr.
Graças a Deus! Nem precisava de compressas.

São e salvo, nada de TV pra entreter, vai se ater
A pensar no susto que fez a mãe sair a correr
Agora calmo, inocente, ao sono foi se socorrer.