Soneto do amor que padece
Os desejos e sonhos frustrados são sempre chicodas para a alma
contudo… melhor padecer de um jeito nobre,
a morrer humilhada numa batalha de amores não correspondidos…
mantenho a cabeça erguida, ainda que tudo em mim estremeça por amor!
Dói, como doeu ontem o amor que ainda não morreu
Pulsa, como pulsou outrora a paixão de toda uma vida
Sangra, como a mesma ferida aberta da luta perdida
As tempestades e medos, os monstros e o tempo
cada um a seu modo – frios, vãos, cruéis, intermináveis…
não degradaram em nada meu coração
e este, nesta hora, traz um sentimento ainda mais imediato.
Sufocado, ganhou forças para gritar seu último apelo, mas eu o calo!
Preso, ganhou entendimento para esperar o melhor momento, e me acalmo!
Menospresado, ganhou sabedoria, sinto tudo errado, mas faço o certo!