A OBRA PERMANECE VIVA

O poeta morre mão não a sua obra,

mesmo porque, ela já não lhe pertence.

Ao galgar o mundo, ainda que se pense,

somente o prestígio é que lhe sobra.

Escritos são como as palavras, ditas,

ao despontar da boca elas se tornam

públicas, e no universo se embrenham,

com honras, glórias, lauréis e fitas.

Não vamos aqui glorificar a morte,

mas, ao contrário, erigir a vida,

como tudo o mais que a ela comporte.

Devemos guardar, em contrapartida,

o sonho do poeta que o conforte,

e as suas idéias mais conhecidas.