No Silêncio dos Túmulos

Ao fim daquelas tardes tão sombrias

Eu te esperava num marmóreo abrigo,

E, tu chegavas dentre algum jazigo

De passo em passo; e pulcra me sorrias.

Se me recordo o livro que trazias

Por entre aquelas alvas mãos, contigo;

Sentavas — minha amada — aqui comigo

E aqueles versos lúgubres tu lias...

Eu contemplando ouvia enternecido,

A sair do teu lábio enegrecido

A consonância de um som tão etéreo,

Que hoje, pareço estar inda escutando,

A tua voz melíflua recitando:

“O mar é triste como um cemitério!”

09 de agosto de 2011

*O verso final é de autoria do poeta Augusto dos Anjos.

*Versos decassílabos.

Derek Castro
Enviado por Derek Castro em 29/08/2011
Reeditado em 13/07/2017
Código do texto: T3188692
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