E quando eu quero esconder-me
Minha poesia vem e me desnuda
Me invade, disseca, atormenta
Me dilacera, me opera, me muda


Vem e deixa-me assim desvalida
De toda a dor de amor alquebrada
Sem saber como curar essa ferida
Aos revezes do capricho, desalmada!

E essa poesia que em mim habita
E que se faz de mim independente
De capricho, tornou-me transparente

Insensível ao que minha mente dita
Essa poesia se faz como semente
E frutifica o que sou... Mansamente...