EMPÍREO

Onde que eu ande tu andarás comigo,
Ar que eu respiro o aroma, lótus, lírio
Do pensamento meu, jardim do empíreo,
Templo do amor, destino que eu persigo.

Por onde andares, eu, também contigo,
Como Otelo e Desdêmona em delírio
Num amargo beijo deram-se ao martírio,
Iremos nós até o nosso jazigo.

Juntos a ele espinhos, folhas, flores
Farão o silêncio eterno de nós dois
Qual colibri nos roseirais agrestes.

E dirá o epitáfio dos amores:
“Calou-se a vida!” Só verão depois
As rosas mortas, murchas nos ciprestes.



LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 14/09/2011
Reeditado em 15/09/2011
Código do texto: T3219750
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