A FLOR E O POETA

Ha no espírito uma aquiescência

Mais deformado torpor indelével

Que no ar se distrai condenável

Por seu forte ar de nobre ciência,

E assim se esvai insofismável

Porque detem em si vil urgência

Tão sutil quanto dura sapiência

Para alimentar o verso mais instável;

Aquele bem servido da pena

A dura imaginaçao persegue

Que os rarefeitos teores exalam,

Uma flor deveras muito pequena

O encanto despertar ora consegue

E por ser diminuta, flor e alma se falam.

boreto
Enviado por boreto em 15/09/2011
Reeditado em 16/09/2011
Código do texto: T3221975