A FLOR E O POETA
Ha no espírito uma aquiescência
Mais deformado torpor indelével
Que no ar se distrai condenável
Por seu forte ar de nobre ciência,
E assim se esvai insofismável
Porque detem em si vil urgência
Tão sutil quanto dura sapiência
Para alimentar o verso mais instável;
Aquele bem servido da pena
A dura imaginaçao persegue
Que os rarefeitos teores exalam,
Uma flor deveras muito pequena
O encanto despertar ora consegue
E por ser diminuta, flor e alma se falam.