O poeta num morre

Quando a mente já não arcança

A inspiração que tá bem pertin dum lado

Quando o coração para numa dança

Deixano o sangue tudin cuagulado,

Quando a mão já não mais iscreve

No papé que tá in riba da mesa,

É pruque aquele poeta em tempo breve

Deu o seu adeus, sabeno da certeza

Qui seu cantá ficô para sempre gravado

Nas roda de amigo, nos cordé, nas canturia...

U’a outra vida para ele é qui apariceu...

Temos a felicidade de que um dia ao seu lado

A genti juntos vamo insaiá u’a nova purfia

Pois o poeta tá vivo, só o seu corpo dizapariceu.

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 27/09/2011
Reeditado em 26/02/2013
Código do texto: T3244416
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