Mar sem rima

A soberana arquitetura d’água

estréia seu ensaio geral na correnteza

de um abismo derramado de mágoas,

submerso e encharcado de si mesmo.

Na rubra dança dos caleidoscópios

foram choradas eras de tristeza

e enredos de horas sem vocabulário,

sem remos e sem rumos e sem rimas.

Os cristais de água travam nossos olhos;

violinos correm pelo som da brisa

e a surda-muda orquestra de instrumentos

toca imensos espaços abissais,

onde as velas nos mastros são candeias

de lembrar pescadores naufragados.

luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 02/11/2011
Código do texto: T3312504
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