Cada riso meu, cada soluço

Decido divagar sobre o que sente

Meu espírito forjado na amargura

Quando, inquietos, vão a tua procura

Meu pensamento e minha voz fremente...

Recito devagar na minha mente

Os frêmitos de agror da grande altura

Da qual precipitei-me, em tarde escura,

Para manchar-me em teu amor, somente...

Toda carícia vã que me arrepia

Finjo-te amar bem mais a cada dia

Mas cada riso meu, cada soluço

Faz-me saber: de ti não sou liberto...

E, vê, fingindo amar-te, fico certo

Que é teu este sangue ardente do meu pulso!

Gabriel Castela
Enviado por Gabriel Castela em 16/11/2011
Código do texto: T3338526
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