Eu triste e tu alegre nesta hora peregrina
Tu bebes o vinho saboroso em cálice divino
Porém, desdenhas do meu amor em silêncio
Eis-me prostrada, relegada ao sacrifício!

Resta-me viver na solidão, desprezada...
Sobrevivo sufocada em paúra, desazada
Toma-me cruel numa taça sem espumas
Nos momentos de fúria que esfumas!

Sorve-me demorado, em tragada consciente
Banha-me no teu fel sarcástico e fremente...
Ao expor-me sob raios tenebrosos!

Oh, como dói viver assim há milênios
Diante do nosso altar incensado...
Onde jaz o meu amor, vilipendiado!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 17/11/2011
Reeditado em 17/11/2017
Código do texto: T3340663
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