Repousar traços inimagináveis na cozinha...
Tristuras entornadas no caldo da murrinha,
Na quietude das manhãs pasmaceiras...
Que me recebe tranqüíla em quimeras!
Escolho feijões dos anos e descasco réstias,
Debulho e refogo tristezas e dúvidas...
Fervo lembranças no caldeirão do desatino...
Acendo brasas no fogão à lenha do destino!
Realinho histórias nas labaredas dos ventos...
Descanso meus olhos, cansados em ungüentos,
Reservo pitadas de ferrugem dos meus lamentos!
Debulho solidões desazadas e sofrimentos...
Refogo sandices, decepções, cravos e ervas...
Na memória renhida dum passado sob trevas!