Último grão, bago líquido

Asas ao vôo do último pássaro,

que debanda rumo ao derradeiro,

ao desamarrado desse fino laço,

absorto ao pé do despinhadeiro;

Panos ao meu rosto de mistério,

antes que se desnude todo véu,

antes que o verbo duro e sério,

derrame na boca o gosto do mel;

Palavras ao soneto mais pretenso,

feito das emoções em investidas

de um sôfrego desejo sem senso,

pelo corpo mudando rota e direção,

- para colunas de bronze atrevidas -

no aguardo do sêmen da paixão.

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