Soneto ao Mar
Molhei-me, nas ondas, no vai e vem
Um salgado uniforme, senso intenso
Cabelos molhados, lágrima convém
Misturadas ao azul, enorme, imenso
Tudo quero e pouco aqui se detém
Penso e paro, crio e esqueço, penso
Ondas que batem na cara, sou refém
Deste processo de limpeza sem senso
Deito-me de costas, eu bóio, flutuo
Pairo nas águas vou ao fundo e recuo
Elas de novo me castigam ferozes
Mas não trazem raiva, nem são algozes
São carinhos de uma mãe, da origem
Desta minha vontade de viver e a vertigem.
Lord Brainron
Queres ir ao mar comigo?