Anjo Adormecido

Os lábios roxos, pálpebras cerradas;

As mãos languentes tão angelicais

Ao peito se juntavam, atreladas,

Em forma de um adeus, de nunca mais.

Rendilhas claras, rosas costuradas;

Ebúrneos véus envoltos e finais...

Também por sobre a tez, esparramadas,

Longas madeixas, áureas, virginais.

E assim dormia — bela adormecida —

Era uma anjinha cândida e estendida

Ao berço derradeiro que a deitaram...

Porém um fato ainda me é suspeito,

Onde naquele féretro atro, estreito,

As suas lindas asas colocaram?!

30 de outubro de 2011

* Versos decassílabos.

Derek Castro
Enviado por Derek Castro em 18/01/2012
Reeditado em 14/07/2017
Código do texto: T3447512
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