SONETO DO NASCER
Brilha ao longe uma luz no fim da estrada
Em que deslizo em contrações cativo
Vou migrando da bolha para o nada
Do destino refém ou fugitivo...
Era bem calma há pouco esta morada:
Um ninho acolhedor, convidativo.
Eu, grão imerso n’água abençoada,
Percorrendo o processo evolutivo.
De repente, porém, explode o ninho...
Lançado fora, tinto, mais que o vinho,
Sou arrastado, assim, de afogadilho...
Descerro os olhos: Há luz na saída!...
Os pulmões doem... Sorvo o ar da vida...
E, afinal, uma voz me diz: "Meu Filho!”
(Texto premiado em 2º lugar (Chave de Prata) no V Conc. de sonetos da Academia Jacarehyense de Letras)