SONETO DO NASCER

Brilha ao longe uma luz no fim da estrada

Em que deslizo em contrações cativo

Vou migrando da bolha para o nada

Do destino refém ou fugitivo...

Era bem calma há pouco esta morada:

Um ninho acolhedor, convidativo.

Eu, grão imerso n’água abençoada,

Percorrendo o processo evolutivo.

De repente, porém, explode o ninho...

Lançado fora, tinto, mais que o vinho,

Sou arrastado, assim, de afogadilho...

Descerro os olhos: Há luz na saída!...

Os pulmões doem... Sorvo o ar da vida...

E, afinal, uma voz me diz: "Meu Filho!”

(Texto premiado em 2º lugar (Chave de Prata) no V Conc. de sonetos da Academia Jacarehyense de Letras)

Renato Alves
Enviado por Renato Alves em 31/01/2012
Código do texto: T3472334