LÍRICA

A lira forte pesa, dá a nota e ri-se

Porque dos versos sabe e quer dizer que não

O desejo não conta o que o invisível diz

Põe-se a caminho, querendo ser pulsação

Na palavra sem nome, guardada sua lida

Demonstrada modéstia, a própria solidão

Depois foi não sei que, e nem por quem é tida

Nas ondas do ir e vir reside um coração

Eu sei além, porquanto do amar é tocada

A entrelinha revela a sua meta, resolve

Combatente implacável, na mesma toada

Sempre mais faz seu norte tal prazer secreto

Grão germinado do qual não se viu o pólem

Que florescendo, revela seu nome correto

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 15/01/2007
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