A MORTE DO POETA
A MORTE DO POETA
Voem meus versos, pois a vida corre,
a natureza toda está quieta.
Pálida, a lua chora esse poeta
que pouco a pouco morre.
Nenhuma gota do seu pranto escorre.
Indiferente, o amor já não afeta,
inspira ou comove esse poeta
que pouco a pouco morre.
O sol não brilha tanto, aves se calam.
O mar para as ondas, o vento é rouco.
Desculpe, ó musa, as rimas não embalam
mais esse poeta. Fique este louco
mundo para trás. Seus lábios se calam,
pende a cabeça e morre pouco a pouco.