MEUS FANTASMAS

Completamente tomado pela ansiedade

quis hoje ser diferente, talvez de granito,

e assim árido, sem vida e sem vontade

não possuiria alma, não estaria tão aflito.

Que sentimento é esse que me intimida?

Qual a motivação para esse sofrer maldito

que faz com que me sinta sempre de partida

Com o coração sangrando a sufocar seu grito?

A razão me diz que é o preço que ora pago

Por lembranças que em minha alma trago,

involuntariamente, como um cruel castigo.

Rostos sem expressão, os nomes esmaecidos,

vozes do passado que confundem meus sentidos,

agora sei, são os fantasmas que trago comigo.

Belém - Pa, setembro de 1982

Wanderil Santos
Enviado por Wanderil Santos em 13/03/2012
Reeditado em 13/03/2012
Código do texto: T3551003
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