-VIAS DESERTAS-

Estas mentes que os ventos ocupam

Desligam de si os golpes das marés

Plainando o obscuro vácuo e desnudam

Qualquer sentido, razão, ciência ou fé,

Estas cabeças que abaixo se atiram

Vertiginosa queda desde o sopé

Chocam-se rompantes nas pedras ralés

Ricocheteiam no ar e na morte afundam,

Quando enfim do espírito voam libertas

Encontram muitas portas todas abertas

E são recebidas pelo monstro estrujão,

Conseguem mesmo sorrir às vis ofertas

Daqueles mundos infernais de solidão

Onde caminham perdidas às vias desertas.

boreto
Enviado por boreto em 27/03/2012
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