-VIAS DESERTAS-
Estas mentes que os ventos ocupam
Desligam de si os golpes das marés
Plainando o obscuro vácuo e desnudam
Qualquer sentido, razão, ciência ou fé,
Estas cabeças que abaixo se atiram
Vertiginosa queda desde o sopé
Chocam-se rompantes nas pedras ralés
Ricocheteiam no ar e na morte afundam,
Quando enfim do espírito voam libertas
Encontram muitas portas todas abertas
E são recebidas pelo monstro estrujão,
Conseguem mesmo sorrir às vis ofertas
Daqueles mundos infernais de solidão
Onde caminham perdidas às vias desertas.