"O amor não conhece sua própria intensidade
até a hora da separação."

 (Khalil Gibran)




 
SEM SAÍDA!
 
 
Visto-me em solidão na madrugada fria
sem o teu corpo quente para me aquecer.
E nesse olhar despótico a me estarrecer
eu me escondo, buscando falsa euforia!
 
Neste torpor - tal qual maldita nevralgia –
a tua ausência é u’a ferida a me doer.
E em meu peito, lá no fundo, a confranger
esse teu cheiro, que em todo canto, irradia!
 
Caminho às tontas, neste quarto escurecido
por dentre as brumas deste sonho arrefecido,
sem me dar conta de mim mesma – do que sou!
 
O sentimento apagado, combalido,
emerge às raias do vulcão adormecido,
recolhendo as sobras do pouco que restou!
 

 


 
Pobre de quem viveu e não amou...
Valeu a pena ter vivido? (MP)



 

 
 
O poeta e amigo
Mario Roberto Guimarães,
veio abrilhantar esta página
com este belíssimo Soneto.
 
Obrigada, amigo, por sua presença aqui.
Beijo

 
(Milla)
 



SOLIDÃO
 
A solidão, que nos afeta noite e dia,
Deixando marcas que o tempo não apaga,
Fere profundamente a alma e se propaga
À nossa volta, a infundir melancolia.
 
No coração, imerso em dor e nostalgia,
Sem que se tenha um só minuto (triste saga)
Do que era, dantes, um amor que embriaga
E faz, de cada hora vivida, uma alegria.
 
Mas eis que os velhos sortilégios do destino,
Sem, nem ao menos, um consolo ou mero aviso,
Fazem haver escuridão onde era luz,
 
Impondo assim, a um viver, pesada cruz
E dando à vida um rumo incerto, impreciso,
Como se fora, tudo enfim, um desatino.

 
(Mario Roberto Guimarães)