Hellen

Ela tinha um trejeito amarelo,

era ela aquarela em seu gesto:

lembra a tarde um domingo singelo,

tenta o mundo n’azul manifesto.

Mostra ao tudo que o tudo é resto,

dentro disso meu jeito chinelo

(todo cinza dos cinzas que empesto,

teme as cores tão quentes que anelo.

Ela beija num tom caramelo,

feito folhas antigas d’outono

num amor que viaja sem dono.

Ela torna o real tão, tão belo

toda grunge em si como se fosse

ser mais doce que a batata doce.