“Silêncio coesivo...”
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Fiquei muda tentando encontrar argumentos
Que desse elemento para não me deixar induzir
Pelo mais débil e colidente dos sentimentos
Que quando toma os espaços, me impede de ir
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E não obstante absurdamente amordaçada
Fiquei a mercê das indecifráveis nuances
Meio que em transe, sabendo ser emboscada
Ignorando o bom senso, exonerei as chances
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Deixei-me amar e como quem tem fome, amei
E a regra sobrepondo, deixei falar o coração
Soletrando teu nome, nos teus olhos, mergulhei
Em meio às buriladas letras, cultuei tua atuação
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Do sentir que agora jaz a boca conhece o motivo
Implícitas tantas palavras, neste silencio coesivo
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Glória Salles
-Registro na Biblioteca Nacional
-Ministério da Cultura
-E.D.A.