SE DE NADA VALEU...
[CCCXXXII]



Desenho de Lorenzo Mattotti


Se de nada valeu, pois que tardio,
aferrar-me no peito um sentimento,
e te amar foi apenas meu intento,
ao que tive por conta um desafio;

se meu sonho foi ter-te sem tormento,
tuas negas comportam mais um brio,
no que pese eu quer-te a sangue frio,
naufragando no peito amor atento.

Se de nada de um bem valeu a pena,
e se os dois somos ébrios de desejos,
vou gritar-te “te amo”, uma centena...

de vezes, e sem que te botem marcas:
e, assim, joguei foi fora mar de beijos,
que tu me finges ter lembranças parcas.


Fort., 03/05/2012.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 03/05/2012
Reeditado em 06/05/2012
Código do texto: T3648373
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